Muckeriana nº1

Ao longo de minha vida, desenvolvi algumas habilidades e competências. A aptidão para compor linhas melódicas era algo inscrito no meu DNA e só fui descobrir isso por volta dos vinte anos de idade, época em que eu morava numa casinha carcomida pelo tempo no Alto Ferrabraz.

A minha fascinação pela capacidade de descrever meu fluxo neural na forma de ondas sonoras, foi se entrelaçar com alguém que se transformou num grande amigo e na época começava a desenvolver a sua capacidade de tocar violão: o Paulo Gordo. Do início da década de 80 até o ano de 86, ano que volto a morar em Porto Alegre para continuar meus estudos acadêmicos, nós cantamos, cantamos e cantamos composições minhas, outras em parceria com o Paulo e canções próprias dele. E outros vieram a se juntar, como o Clayton Thomé e Evaldo Zimmermann.

As “muckerianas” são a denominação das músicas cujo tema é Sapiranga. São quatro composições: duas, composições minhas e duas em parceria com o Paulo Gordo. A Muckeriana nº1 foi minha primeira composição e é uma canção de um povo de qualquer lugar. A gravação disponível é histórica: realizada no ano de 84 no galpão do Geraldo, temos Paulo Gordo no violão, Banha no acordeão, o Evaldo e eu nas vozes.

 

TÍTULO: MUCKERIANA Nº1

SUBTÍTULO: Canção de um povo de qualquer lugar

AUTOR(ES)_LETRA: Paulinho Fleck

                     _MELODIA: Paulinho Fleck

COMENTÁRIOS: música composta no inverno de 1981, na Chácara da Gralha Azul, Alto Ferrabraz.

SOL E LUA, DIA E NOITE,

QUE VIDA TEM ESTE LUGAR,

FOGO DE CHÃO E MATE AMARGO,

E MUITA PROSA NO CORAÇÃO.

VER NOS OLHOS DESSA GENTE,

UM SONHO A SE FIRMAR.

 

ESSA GENTE TEM SEU CANTO,

SÃO VOZES SOLTAS PELO AR,

CANTAM EM RIMA A LIBERDADE,

PARA QUEM BEM SABE AMAR,

A BELEZA DESTE CANTO,

NINGUÉM HÁ DE APAGAR.

 

VELHO PINHEIRO VIROU LENDA,

COMO A GRALHA AZUL QUE O PLANTOU,

MAS PRIMAVERA VOLTA SEMPRE,

É VIDA NOVA EM PLENA FLOR,

LUGAREJO QUE PALPITA,

VIDA NOVA BROTOU LÁ.

NÃO É LENDA NEM QUIMERA,

É A VIDA DESTE MEU LUGAR.

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